Talvez você viva como se estivesse espremida na sua própria vida, acha o dia a dia complicado e triste. Literalmente, tem que matar um leão por dia e se sente exausta, sempre.
Um belo dia você, simplesmente, abre os olhos de manhã e pensa: -“Eu não aguento mais essa angústia, essa vida, da qual não sou mais fã”. Mais do que apenas pensar, sente no corpo o cansaço, o desânimo, percebe no espelho as olheiras. Uma vontade de continuar na cama indefinidamente.
Seus ombros estão tensos, sua cabeça não para de pensar no que ainda tem que fazer para dar conta de todas as tarefas da sua lista SEM FIM de atividades urgentes.
Investe quase todo o seu tempo cuidando de todo mundo, resolvendo os pepinos, buscando estratégias para ser mais eficiente e usar melhor seu tempo para conseguir dar conta de todas as coisas importantes da maternidade, do relacionamento, da casa e do trabalho.
Nesse dia você acorda e percebe quanta insanidade existe na sua vida. Conclui que essa é uma vida que você não quer mais e tenta achar um culpado: o mundo, companheiro (a), seu filho ou Deus pela frustração que sente. Mas, quanto mais insiste nisso mais desorientada se sente.
Você fala pra você mesma: larga a mão do controle, você só pode, mudar a sua vida, relaxa, mulher. Observa o que existe ao seu redor, volta pro presente. Recobra a lucidez, percebe que não precisa ser a mulher de todas as respostas, que nem tudo depende de você, decide se cuidar. Começa a caminhar, meditar e ouvir música.
Uma semana depois se vê, mais uma vez, engolida pela rotina. Outra vez desconectada do que te faz bem. Percebe que não sabe bem sobre o que gosta, o que te faz se sentir viva. O turbilhão de emoções e obrigações da mulher “moderna” mais uma vez te atropelou.
A insatisfação te faz acreditar que você não é capaz de ter uma vida mais leve. Você quer mais sabor e alegria no seu dia a dia e não sabe por onde começar, muito menos como sustentar essa escolha a longo prazo.
O que posso te dizer é que isso não acontece só com você, infelizmente, muitas de nós mulheres vivemos essa angústia, diariamente.
A nossa educação orientada por uma cultura machista, sustentada pelo patriarcado, sexismo, machismo, tem consequências diretas e nocivas em nossas vidas. Já avançamos, mas muito ainda temos para caminhar para termos um modo de vida que cuida, de verdade, das mulheres e das crianças.
Eu também já estive exatamente nesse lugar que você está agora e se eu com a toda minha rigidez e traumas encontrei um caminho de acolhimento, cuidado e amorosidade na minha vida, você também consegue. Acredite.
Por onde começar?
Sempre por dentro! É preciso (re) aprender a se cuidar, a se respeitar e a se amar. Escolha o óbvio: um mergulho mais profundo em si pode te revelar recursos, habilidades e talentos que você nunca imaginou que estivessem aí dentro de você à sua disposição.
Sabe o que pode estar acontecendo aí no seu mundo de dentro? Você não tem espaço pra si mesma na sua própria vida! Essa pode ser uma revelação triste, em um primeiro momento. Mas depois vai perceber que se dar conta disso é um presente, pois a partir dessa descoberta, desse lugar onde está, com o que já tem, você pode mudar a rota, pedir ajuda, redirecionar sua energia para o que realmente importa.
Um dia de cada vez, com calma, pausa e persistência.
Cuidar pode ser visto, culturalmente, como algo natural e quase sagrado na vida de uma mulher, mas se o cuidado vem carregado de culpa, crenças e medos, pode vir também a sobrecarga e tensão que suga a sua energia. Pode gerar conflitos desnecessários e uma tristeza profunda.
Aceita o desafio de (re)aprender a se escutar, se cuidar, se amar, se respeitar e tornar a relação com você mesma e com as pessoas que você ama, mais leve e colorida?
Descobri que é impossível cuidar das crianças, sejam nossos filhos, sobrinhos, netos, clientes em consultório se não estamos nutridas de cuidado e amor próprio.
Cuidar do outro precisa ser um transbordamento do autocuidado, caso contrário, ele se torna uma barganha, como lembra o meu colega de profissão, Roniel Lopes. E isso tem consequências ruins na sua vida e na vida de quem você cuida. E pode apostar que elas não são boas.
Cuidar do outro exige doses cavalares de amor próprio, respeito e lucidez.
Quero ajudar a tornar o mundo um lugar mais seguro e amoroso para as crianças e para isso, sei que preciso primeiro, ajudar os adultos (mães, psicólogas, professoras, médicas, avós, benzedeiras, tias) a se cuidarem.
Seu mundo começa dentro de você, por isso: “cuide do seu jardim ao invés de esperar que lhe tragam flores” Shakespeare
Aposto todas as minhas fichas na potência do acolhimento, encontros e experiências.
Saiba como posso te ajudar mais:
Criei um Whorkshop de escrita afetiva que vai te ajudar a usar a escrita e o acolhimento como ferramentas para se conhecer e lidar com as suas emoções de uma forma mais saudável.
No mês de dezembro o tema será: Como domar a sua julgadora interna. Clique aqui para saber mais informações sobre o próximo encontro que acontecerá no dia 12 de dezembro. Clique aqui para saber mais.